domingo, 11 de agosto de 2019

Público gado, gado público

É muito fácil enganar o público hoje em dia. Primeiro, há a necessidade de alguém com dinheiro para te bancar. Já se começa com a alma vendida. Vencida essa etapa, você expõe ao público uma história vencedora, via internet (sendo um youtuber ou digital influencer), diz que você mesmo é a "novidade em alguma coisa" (e.g., a cara da tal da Nova Política) e pronto. Milhões acreditarão. Resultado: não só temos um Parlamento digno de um manicômio do séc. XIX ou inícios do séc. XX, como temos um presidente digno da parte insana da Realeza Portuguesa (D. Maria Louca, p.ex.), aquela família real maravilhosa que "construiu" isso a que damos o nome de Brasil, com os métodos que todos conhecemos. O "consolo" que tenho é que o fenômeno possui natureza mundial. Donald Trump nos EUA, Boris Johnson no Reino Unido etc. Além disso, não há males de natureza eterna na História da Humanidade. Estamos vivendo o fim de um ciclo, ou mesmo de vários. A Nova República Pós-1988 está desmoronando. A Era da Verdade acabou (se é que um dia se pôde falar nela). Vigora a pós-verdade, o sujeito simplesmente dispara mentiras a torto e a direito e, graças a elas, é eleito. Welfare state? Ninguém mais sabe o que foi isso. É tudo muito positivo, no final das contas. Mas como assim? O que há de bom nesse cenário apocalíptico? O fato de que algo realmente novo surgirá, após a implosão de toda a ordem que conhecemos. O ruim é que ainda estamos no começo dos problemas. As coisas ainda piorarão demais até que o bom senso volte a ser moda. Resta torcer para que as caras da tal da Nova Política no mundo ainda deixem uma sobra, algo no mundo que ainda possa ser reconstruído...

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